quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A Morte

 ... ou "O Óbito"

dia desses morreu um amigo meu, o everaldo, cujo nome em inglês significa "sempre faz tudo" (ever all do). pois bem, de tudo que ele já fez, acho que essa foi a coisa mais acertada e ajuizada de todas, ter morrido. coincidentemente, essa também foi a última coisa que ele fez, não sei por que. ele era um cara inteligente, não sei por que não pensou nisso antes. agora é tarde, não dá mais para voltar atrás. se ele ao menos não tivesse sido enterrado. quem foi no enterro disse que nem isso ele tentou impedir. o everaldo não era um cara muito esperto, era um pouco inteligente, mas nunca esperto. talvez seja por isso que deixou para morrer tão tarde, justo quando não daria para fazer mais nada.
bom, como diz o velho ditado, "quem tem que morrer não morre". não que eu não quisesse que ele morresse, não é nada disso, muito pelo contrário, acho que é uma opção pessoal, cada um faz o que quiser com a própria vida, mas acho que ele poderia ter pensado um pouco mais na família dele antes, não sei por que ele precisava ir até são paulo para fazer isso, longe de todo mundo. parece que ele tentou fazer meio escondido, de certo achou que ninguém ia descobrir.
as vezes eu lembro como ele era indeciso e inseguro, e chego até a duvidar se ele tinha certeza se era isso mesmo que ele queria para a vida dele agora. mas como ele também não fez nada para evitar... acho que isso não era lá uma questão muito importante para ele. espero que ele não tenha se arrependido, pois fiquei sabendo que logo depois que ele fez a merda toda, pediu para que o levassem para o hospital, não sei se por que estava doendo muito, ou se ele pensava em voltar atrás ainda.
algumas pessoas são engraçadas mesmo, o sujeito do nada decide que quer se tornar policial, estuda, faz as provas, os testes, passa, vai fazer a escola preparatória, e do nada, sem mais nem menos, pula fora. acho que era muita pressão na cabeça dele.

alguns discutem sobre o direito de causá-la,
e acabam decidindo quando querem sofre-la.

outros lidam com ela no dia a dia,
escapando dela algumas vezes...

... já outros, tentam vencê-la.
esse nem precisa de legenda... não consigo pensar em uma


... enquanto esse, nem sabe do que eu estou falando.


e vc, acha que vai morrer algum dia? pelo menos as estatísticas apontam que sim.
quem postar um comentário dizendo quem são todas essas pessoas/personagens das imagens ganha um super prêmio. confira aqui o edital com o regulamento da promoção.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

As Chinelas de Indiana Diones

... ou "Sapatos - Parte II"

antes de ler o conto que segue-se, certifique-se de ter lido a primeira parte deste, que pode ser encontrada aqui, e não aqui. e muito menos aqui.
após o inesperado sucesso da primeira parte de "sapatos" (do original "shoes", escrito em sua maioria em 1996), venho agora a este blog (recusando diversas ofertas de editoras nacionais, assim como recusei a várias editoras internacionais em 1996) publicar a segunda parte da quadrilogia original (publicada em 1997 pela companhia das letras), e avisar que a próxima (que será a última) parte ainda não foi escrita (e nunca será). agradeço a todos que esperaram pacientemente (e aos não tão pacientemente assim), e principalmente a Brahma, Vishnu e Shiva, por possibilitarem a existência do universo e desse maravilhoso[1] texto:

a voz de diones aumentava em entusiasmo conforme falava, seus olhos brilhavam, suas sobrancelhas arqueavam e ele sorria. porém carl não compartilhava do mesmo entusiasmo, de forma repentina, sem que eu notasse o momento exato da transição, carl ficou extremamente sério, imóvel, rígido até. seus olhos miravam o rosto de diones com uma expressão impiedosa, como se resistisse ao impulso de agarrá-lo, segurá-lo, para que parasse com aquele discurso, como se algo nas palavras de diones incomodasse sua alma profundamente. mas não foi preciso que carl tomasse qualquer atitude para interromper diones, pois assim que esse percebeu a expressão do amigo, gélida, foi como se houvesse sido contagiado por tal, passando a assumir posição semelhante. conflitante. sim, como se suas mentes estivessem a travar um combate telepático. a conexão de seus olhares parecia exercer uma força magnética, um campo impenetrável ao redor do espaço que os separavam. a situação era hipnótica. eu estava tão absorvido por aquele momentum que quando diones olhou, de forma completamente repentina e imprevisível, para mim, eu não pude reagir. pensei em olhar para o chão, para a igreja, desviar o olhar para qualquer lugar, mas não pude. senti aquela sensação quente subir pelo meu pescoço, rígido, até meu rosto, típica de quando ruborizamos. o olhar de diones era frio, como se me repreendesse, como se me dissesse que eu não deveria estar ali, que eu não fazia parte daquilo, daquele momento, que de certa forma era superior a mim, além de minha compreensão, era como se... isso pode parecer um pouco exagerado, mas... era como se eu corresse perigo, apenas por ousar em continuar ali. confesso que não sei o que teria acontecido comigo, se teria resistido a tal pressão, se aquilo houvesse durado mais um segundo apenas. por sorte, carl o interrompeu, dirigindo-se a ele de maneira inusitada, considerando o momento:

c - vc veio para devolvê-los, não é diones?

digo inusitada pois sua voz era calma, pretensiosamente compreensiva, como que persuasiva. toda aquela tensão se desfez instantaneamente, conforme diones sorriu e disse:

d - sim, claro, deixe-me tirá-los.

diones tirou os sapatos, com certo esforço, e entregou-os a carl, que, justificadamente, assumiu uma expressão de espanto ao olhar para os pés, agora descalços, de diones. creio que não sou capaz de descrever com palavras a repugnância da cena. era como se os pés de diones tivessem sido esmagados por um rolo compressor, as juntas de seus dedos descreviam ângulos agudos para várias direções. não acreditaria se alguém me dissesse que ainda restava algum osso não fraturado nos pés daquele pobre rapaz.

c - seus pés, diones, o que houve? - exclamou carl, confuso.
d - oh, não foi nada, eles vão ficar bem. - diones parecia inexplicavelmente tranquilo.
c - como assim? vc está sangrando!
d - não, não estou não. talvez um pouquinho...
c - como pode? vc não havia percebido nada até agora? não estão doendo?
d - sim, doem um pouco. acho que foram os sapatos que vc me emprestou, eles estavam um pouco apertados.
c - e vc não percebeu isso assim que os calçou?
d - sim, mas... não é nada, o que é isso agora? eu vou ficar bem!

carl ficou em silêncio por um momento, como se estivesse tentando compreender o que estava acontecendo.

d - vc se lembra, carl? quando éramos crianças e costumávamos sair na varanda e no quintal de casa descalços, e mamãe sempre nos repreendia, pedindo que puséssemos nossas chinelas?

houve uma pausa no diálogo, enquanto provavelmente recordavam momentos da infância, após a qual diones se levantou, sem demonstrar qualquer incômodo com a atual situação de seus pés, e tomou a iniciativa de se despedir:

d - bom, tenho que ir, ainda preciso ajeitar minhas coisas antes de partir.

carl levantou-se para se despedir do amigo, mas ainda demonstrava certa preocupação:

c - vc vai descalço até sua casa, diones? vc sabe que é uma boa caminhada até lá.
d - não se preocupe, esses pés já estão calejados de tanto me carregarem por aí.

calejados? não acreditava que ele pudesse ter dito aquilo. mas aquilo não era nada perto do que eu estava prestes a ouvir. carl olhou para os sapatos que carregava e propôs:

c - por que vc não os calça para ir até sua casa, e da próxima vez que for me visitar vc mos devolve?
d - oh, não carl... sério? mas será que me serviriam?
c - ora, por que não experimenta?
d - não sei, que número vc calça?
c - calço 40, usualmente.
d - hum, eu calço 45, acho que ficariam apertados.
c - que pena. gostaria de poder ajudar de outra forma.
d - não se preocupe, vou ficar bem. e outra coisa, se eu os levasse, vc teria que voltar descalço até sua casa, que também não é nada perto, carl.

para minha surpresa, carl também se encontrava descalço, achei que o propósito fosse calçar os sapatos que diones devolvera o quanto antes, porém:

c - quanto a isso não se preocupe, eu não pretendia calçá-los. estes sapatos são de um amigo meu. na verdade, são muito grandes para mim, cerca de cinco números maior dos que eu costumo calçar.

termina aqui a quinta parte da sexologia. em breve postarei a parte 5.1, juntamente com os anais dos reis e governantes.

para vc que não gostou da história, deixo aqui uma imagem de um elefantinho rosa:






[1] "Esse texto está uma merda!" - meu comentário sobre o texto caso eu não fosse seu autor.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Barba

Ontem eu fiz a barba, depois de uns 50 dias sem fazê-la. Talvez o leitor que desconheça minha identidade pense: "nossa, então você realmente estava barbudo! 50 dias sem fazer a barba, deveria estar um Papai Noel da vida."

E é justamente nesta parte que o ingênuo leitor se engana. Minha barba, apesar dos 50 dias de folga para ela crescer (que nem grama), continuou pequena, irregular, cheia de falhas. É vergonhoso que um homem - se é que posso me chamar de homem, dada minhas características físicas infantis - de 20 anos possua menos barba do que um adolescente de 13 anos.


Não vou negar, até que eu tinha muito pêlo no rosto, mas como já dito, mal distribuído. Em alguns lugares, o rosto ainda era visto descoberto, enquanto que logo ao lado, um ponto da face que parecia o rosto de um homem. Parecia.


Por algum estranho motivo, eu sempre comparei meu penteado ou até mesmo minha barba com a de pessoas famosas, em geral atores. "Vou deixar a minha barba igual a do Johnny Depp", pensava eu, como se o simples fato de deixar a barba igual a desse brilhante ator me qualificasse com os mesmos atributos dele. A verdade é que Johnny Depp - assim como outros tantos atores - é considerado famoso, talentoso, rico e bonito pelo simples fato dele ser Johnny Depp. Não é sua barba que o torna tão bom, ela é apeans um complemento. Johnny Depp é o cara simplesmente porque é Johnny Depp. E convenhamos, por mais parecido que eu fique com Johnny Depp, eu ainda serei um pobre, anônimo, desconhecido e sem talento, enquanto que ele sim continuará sendo Johnny Depp. Johnny Depp ainda será o cara ainda que raspe o bigode, a barba, o cabelo ou a churanha.


Quando se é adolescente, um patético fenômeno acontece. No auge de nossas barbas, nos vemos de uma determinada maneira, quando na verdade as pessoas nos veem completamente diferente. Geralmente nenhuma das duas visões retratam a realidade. Numa tentativa de nos afirmarmos para nós mesmos e para os outros, queremos parecer o mais másculos possíveis. Mas eu garanto: tais tentativas de parecer másculo é um engodo, já que um instinto de autopreservação moral faz nosso senso de ridículo desaparecer.


Por isso a dica de uma pessoa com experiência no assunto (
eu) não é de se desprezar: se sua barba é rala, com falhas, não a deixe. Raspe todos os pêlos de seu rosto, deixando ele como bunda de neném. As pessoas já te veem assim mesmo, então o ideal é que você próprio também se veja assim, para evitar traumáticas experiências na adolescência, como aquela vez em que eu estava com uns amigos e... deixa pra lá.






Como você se vê quando está com
a barba por fazer e olha no espelho: ilusão de ótica motivada pelo grande sonho de se autoafirmar como o macho da espécie.









E como você realmente está. Repare
nos pêlos do rosto do jovem, se for capaz. Seu desejo de ser o macho dominante não o deixa ver a realidade, fazendo-o cair na ilusão de ótica da figura anterior.










Como você se vê perante a sociedade na adolescência...








... e como a sociedade te vê realmente.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Como chutar na prova

... ou método hipotético-dedutivo.

o método que descreverei a seguir foi desenvolvido por mim há cerca de um ano ou pouco mais. época em que passei para a segunda fase da unesp em engenharia civil. porém como não sou inteligente e não gosto de estudar, fui mal na segunda fase, que é dissertativa. pois meu método só se aplica a questões de múltipla escolha (xizinho).

até hoje não havia compartilhado meu método com ninguém, porém já havia pesquisado na internet, e descobri que algumas pessoas já o utilizam há um certo tempo. mas tais pessoas não gostam nem um pouco de conversar sobre ele, muito menos de compartilhá-lo com os outros, pois temem que isso cause um congestionamento nos vestibulares das grandes universidades, ou até mesmo uma crise no atual sistema de seleção utilizado pela maioria das universidades no brasil (vestibulares de múltipla escolha), que já foi completamente erradicado no exterior há muito tempo, devido a métodos parecidos com o meu, que caíram no conhecimento do povão.

como já havia dito, meu método se aplica a questões de múltipla escolha de 5 alternativas (unesp, fuvest, enem, etc.) e não exige nenhum conhecimento avançado de matemática, apesar de se fundamentar em pura lógica aritmética.

vamos a descrição do método:

suponhamos que vc está respondendo a questão x, e que após ler o enunciado e as alternativas (a, b, c, d, e), não faz a menor ideia de qual seja a correta. o que não atrapalha em nada em nosso método, pois ele é tão fantástico que funciona até mesmo se vc não ler a questão!
pois bem, o primeiro passo consiste em simplesmente escolher aleatoriamente (chutar) uma das cinco alternativas. vamos supor aqui que vc tenha escolhido a alternativa "c". é sabido que, como a questão possui 5 alternativas, vc teria um quinto de chance de ter acertado tal questão, ou seja, apenas 20%, e 80% de chance de ter errado. até aqui sua chance de ter errado é quatro vezes (4 x 20% = 80%) maior do que de ter acertado. o que pode ser traduzido como: a probabilidade da alternativa correta ser alguma das outras, e não a "c", é de 80%. o que faz com que seja altamente recomendado, obrigatoriamente recomendado, que vc escolha uma delas, pois são 80% vs 20%. suponhamos que vc tenha mudado para a alternativa "a". analisemos seu progresso: vc escolheu a alternativa "a" dentre quatro alternativas, o que te dá um quarto de chance de ter acertado, ou seja, 25%. vc já ganhou 5% a mais de chance de acertar! mas o método não pára por aí. pois ainda assim, a chance de vc ter errado e a alternativa certa ser alguma das outras é de 75%. três vezes maior (3 x 25% = 75%) a chance de vc ter acertado! portanto vc terá três vezes mais chances de acertar se escolher uma delas! suponhamos que agora vc escolha a alternativa "b". vc tem agora cerca de 33% (um terço) de chance de acertar. mas como vc já deve ter percebido, vc tem o dobro (66% ou dois terços) de chance de ter errado e a alternativa certa ser uma das outras. sendo assim, é óbvio que vc deve escolher novamente, e agora com um total de 50% de chance de acertar! o que começou com apenas 20% agora já é metade/metade. provavelmente se vc ler as duas alternativas e a questão novamente, vai ser capaz de distinguir qual é a mais provável entre as duas.

utilize o método à vontade e seja feliz! mas não se esqueça de deixar um comentário, nem que seja simplesmente um obrigado, pois ajuda a arrecadar fundos para diversas ONGs.

Fim do mundo!

11/11/11 - Dia do fim do mundo, estou postando esse mensagem exatamente ás 11:11 do horário de Brasília.

Para os maias o fim do mundo será dia 21/12/2012, mas para algumas pessoas o fim do mundo será hoje, já sobrevivi há tantos "fins do mundo" que já perdeu há graça o fim do mundo.Logo, só vai ter graça de novo esse negócio de fim do mundo, quando o mundo realmente acabar, aí posso dizer que volta a ter graça.

Ninguém sabe como o mundo vai acabar, alguns dizem que vai explodir, outro dizem que vai começar a pegar fogo em tudo, outros dizem que vai encher de tudo de água, outro dizem que vai cair um meteoro e acabar com tudo, enfim, todos dizem alguma coisa, mas a verdade é que ninguém sabe de nada, muito menos eu, que escrevo isso.

Algumas pessoas acreditam na teoria do buraco negro, que todo o mundo será engolido por um buraco negro, e depois o próprio buraco negro vai se engolir, e em mais tempo ou menos tempo, não haverá mais nada, ou seja o nada não haverá mais.

Abaixo uma imagem do possível fim do mundo:




PS: Para os leitores atentos que perceberem o que faltou nesse meu post, faça um comentário e concorra ao um prêmio surpresa.

This is Nonsense!

a - boa tarde
b - boa tarde
a - o senhor trabalha aqui?
b - não
a - percebo
[pequena pausa, ambos desviam os olhares pelo local]
b - e vc, trabalha aqui?
[a encara b, enquanto pondera sobre a questão]
a - ora, se eu perguntei se o senhor trabalhava aqui é pq eu não trabalho.
b - ah sim, claro. o senhor é desempregado.
a - não. o que eu quis dizer é que eu não trabalho aqui, pois caso eu trabalhasse saberia se o senhor trabalha aqui ou não.
b - compreendo. mas é um belo lugar.
a - sim, é um belo lugar.
[pausa]
b - eu poderia ser o funcionário novo.
a - oi?
b - eu poderia ser o funcionário novo.
a - perdão, mas não entendo o que o senhor quer dizer.
b - se eu fosse o funcionário novo vc não saberia se eu trabalho aqui ou não.
a - sim, mas qual é o ponto em tudo isso?
b - o ponto em tudo isso é que o funcionário novo já está aí e vc nem percebeu.
a - o funcionário novo já está aí?
b - sim
a - e vc nem me avisa?
b - estava no e-mail que eu te mandei mês passado.
a - mês passado? já faz um mês que ele entrou e eu não percebi?
b - não, não. faz um mês que eu te mandei o e-mail. porém o e-mail avisava que já fazia um ano da contratação do novo funcionário, e que quem não descobrisse quem ele é em trinta dias seria demitido.
[pequena pausa devido ao choque emocional]
b - pois bem, sem mais delongas, diga-me agora quem é o funcionário ou será demitido.
a - quantas chances eu tenho?
b - apenas uma. é tudo ou nada.
a - isso não é justo.
b - devo te lembrar que vc concordou com as normas da empresa ao ser admitido, tenho aqui seu contrato assinado, que poderá ser renovado por mais treze meses ou encerrado.
a - sim, sim, eu sei, mas nunca imaginei que essa hora fosse chegar tão rápido.
b - vamos, apresse-se.
a - okay, seja o que deus quiser, e eu sei que ele só quer o meu bem. portanto, eu digo que o novo funcionário é vc.
b - AHAAM!!! confesso que não achava que vc fosse acertar, e de fato vc não acertou. vc está demitido.
a - ai meu deus, o que foi que eu fiz?! essa era a chance da minha vida... não tem ninguém com quem eu possa conversar... explicar minha situação... quem sabe...
b - não. vc teve sua chance, não soube aproveitar. agora terá que arcar com as consequências.
a - posso ao menos saber quem é o novo funcionário?
b - sim. a resposta estava debaixo do seu nariz e vc não viu. o novo funcionário é vc.
a - sério? e quando eu começo?
b - vc pode começar amanhã, esteja aqui pelas oito.


esse é um trabalho de ficção, qualquer semelhança com eventos ou pessoas reais, vivas ou mortas, é pura coincidência.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Prieto

Tenha santa paciência para ler esta postagem, pois é longa e maçante. Caso consiga, irá ganhar um pirulito de morango. Trata-se de mais uma tentativa (frustrada, diga-se de passagem) de escrever um texto nonsense, e me tornar pioneiro no gênero. Mas não desanimem, pois eu ainda vou melhorar. Ah, se vou...


São Paulo, 10 de novembro de 2011


Como já dizia um sábio pensador: “Nós só temos uma chance na vida. Por isso nós devemos aproveitar essa chance como se fosse a única.”

Infelizmente, só fiquei sabendo deste pensamento há pouco tempo, depois de ter falhado na única chance que me foi oferecida para vingar-me. O fato é o seguinte: tive uma infância difícil, eu era um piá pobre e vítima de preconceito. Pra começar, sou o que costumam chamar de filho de coito danado, ou seja, fruto de uma relação sexual proibida. Fui concebido por um mascate e uma noviça, que, além de quebrar os votos, agravou seu pecado por ser meia-irmã do dito vendedor.

Minha mãe me pariu e em seguida sumiu no mundo. Meu genitor eu nunca vi. Fui criado num convento, como garoto órfão. E mesmo dentro da casa de Deus, sempre fui visto como o filho do diabo, fruto do pecado, enviado de Satã, dentre outros termos pejorativos. Não bastasse todos esses predicados, fui castigado com o maior de todos os males: nasci negro. Nada me envergonhava mais do que ser chamado de negro, negrinho, preto, carvão, petróleo, tição, tiziu, piche.

Apesar disso tudo e dos seqüentes estupros que sofri eu dei a volta por cima. Cresci, estudei, me formei em boa faculdade, casei-me com uma bela mulher surda-muda branca (tivemos dois filhos juntos, nos dois primeiros anos de casados), adquiri bens invejáveis e abri meu próprio negócio, em sociedade com meu melhor amigo branco. Jamais imaginara ser possível sentir tamanha felicidade, como aquela que inundava o âmago de meu ser. Mas a vida tem uma dessas rasteiras, e uma delas estava armada contra mim.

Dizem que o preço da felicidade é a ignorância. Ora, se sou confrontado com a verdade, infeliz me torno. E foi quando descobri. Avisei meu sócio que eu iria participar de um Simpósio de grande relevância para nossos negócios. Minha secretária reservou minha passagem aérea para o vôo das 19 horas e eu fui para casa com antecedência, tomar um banho e me arrumar para a viagem. Parti para a rodoviária de táxi. Isto mesmo, para a rodoviária. Só quando cheguei lá me dei conta de meu desligamento. Eu deveria ter ido para o aeroporto! Mas foi este pequeno incidente que me permitiu descobrir toda a verdade (e consequentemente, como já dito, ficar infeliz).

Comi alguma coisa na rodoviária e pedi para o taxista me levar de volta para casa. No trajeto de volta fomos conversando sobre a vida em geral, família, esposa, filhos, reviravoltas, etc. Não perdi a oportunidade de contar vantagem, dizendo o belo salto que minha vida dera. Falei sobre meus negócios, meu belo apartamento e minha bela esposa. E o taxista riu.

- Não confie em mulher alguma, meu chapa! Quando menos esperar, ela lhe passará uma rasteira!

Proféticas palavras daquele sábio senhor. Só não sou mais grato ainda a ele por não ter recebido aquele alerta antes. E também por ele ter me assaltado assim que cheguei ao meu destino. São ossos do ofício, disse o homem.

Já era noite. Uma bela noite estrelada. Esfriara. Passei no estacionamento do meu prédio, para ir até meu carro e pegar uma blusa. No estacionamento, notei o carro de meu sócio. E uma luz de alerta se acendeu dentro de mim. Subi até meu andar. Um instinto dentro de mim obrigou-me a abrir vagarosamente a porta, sem barulhos. Entrei em meu apartamento. Um abajur da sala estava aceso e isso me permitia ver um elegante casaco jogado no sofá da sala. O mesmo casaco que meu sócio usara naquele dia.

Caminhei devagar até o quarto, onde a maior fonte de luz do apartamento era percebida. A porta estava encostada, mas era possível ver o que acontecia dentro do quarto pela fresta da porta. E o que vi me atingiu como um soco no estômago. Entrei no quarto, surpreendendo os dois pombinhos bem no meio de um coito nada convencional. Uma bílis azeda me subiu a garganta, e ali mesmo comecei a vomitar, sobre os corpos despidos dos dois. As duas figuras inertes me olhavam, sem saber o que fazer. Então eu agi. Abri meu criado-mudo e saquei um revólver. E foi aí que, para surpresa minha, de meu sócio e de meus dois filhos, minha esposa gritou:

- Não o mate, Prieto!

Nesse momento, minha esposa confessou tudo. Confessou que me traía desde o período de namoro, confessou que amava Blanco, o meu sócio, e que pretendia separar-se de mim para casar com ele. Mas a parte mais dolorosa de todas foi quando ela confessou que as crianças, aqueles dois garotos que amei como se fossem meus filhos, na verdade não eram meus.

- Olhe para a cara deles, Prieto, será que não percebes? Um deles é filho do Tadao Shiguefuzi, o japonês da padaria da esquina e outro é filho do Fritz, o açougueiro alemão.

Aquilo explicava muitas coisas. Explicava principalmente o que sempre fora um grande mistério para mim: como os filhos de um negro como eu poderiam ser tão clarinhos, um loiro e o outro com o cabelo lisinho e olhos puxados? Para meu deleite, a única coisa que amenizou a dor desta revelação foi a expressão de incredulidade de meu sócio. Pelo visto, ele também acreditava ser o pai das crianças.

Apontei a arma para a cabeça de minha esposa. E dela passei para a cabeça de meu sócio. Em seguida, passei a mira para Tadao Junior, de três anos e para Fritz Junior, de dois. Agora tudo fazia sentido. Até mesmo os nomes de batismo apontavam para a verdade. E eu estava tão cego que não pude ver...

O medo estampado nos rostos dos ali presentes me deu uma satisfação sadista. Mas não tive coragem de atirar. Coloquei a arma na cintura e sai do apartamento. Estava tudo perdido. Fui até o edifício sede de nossa empresa. Entrei em meu escritório, me tranquei por dentro e sentei-me a mesa. Comecei a pensar em como minha vida tinha sido boa nos últimos três anos. Mas tudo passara tão rápido. Em contraste com o restante de minha vida, que tinha sido horrível, esta parte parecera durar uma eternidade. É como já dizia a teoria da relatividade, enunciada pelo grande físico Albert Einstein (também fundador da lei da gravidade e lei seca), as coisas boas parecem passar muito mais rápido do que as coisas ruins.

Peguei um extrator de grampos e passei nos pulsos, na tentativa de corta-los. Tarefa árdua, finalmente consegui. Senti um incômodo na cintura. Lembrei-me da pistola. Droga! Depois de todo o trabalho que tive para cortar os pulsos! O sangue escorria com maior lentidão do que eu esperava. Foi nesse momento que decidi escrever essa carta de despedida. Mostrar que um homem, por mais conquistas que tenha em sua vida, não é nada sem sua mulher. Por isso, aconselho a quem ler esta carta, carpe diem. Aproveite os bons momentos com sua mulher, pois uma hora ela irá te trair e esses momentos serão apenas uma triste lembrança. O pensamento que me ocorreu naquele momento foi: "você deveria tê-los matado, Prieto. Você foi fraco Prieto, por que foi tão fraco? Porque faltou ódio".

Com a proximidade da morte, me sinto mais sábio. Já sinto um leve frio percorrendo todo meu corpo. Uma quantidade assustadora de sangue já se esvaiu de mim. Já está na hora de morrer de uma vez. Por isso, aqui encerro.

P.S. Lembrei-me de uma coisa importante: Blanco, tem dinheiro dentro do pote de açúcar lá em casa. Use ele pra pagar a conta de luz, água e a lavanderia. E não se esqueça de pegar a roupa lavada lá. Faça isso por mim. Você a única pessoa que eu confio para isso. Beijos.

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Prieto encontra-se internado no Hospital Sírio-Libanês e não corre risco de morte.

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Atenção leitores do blog:

Não percam, dia 25 de dezembro de 2011: a melhor de todas as postagens da história do Pra Gente Rir! Aguardem...


Pra gente rir mais um pouco, clique aqui.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Transporte público

Quem nunca utilizou o transporte público? Seja ele de sua cidade ou qualquer outro.

Vamos enumerar aqui agora os diversos tipos de transportes públicos, e as vantagens e desvantagens de cada um deles.

1-Ônibus:

Popularmente chamado de busão pelo povo, dentre as vantagens de usar o busão, podemos dizer que você contribui com o meio ambiente ao utilizar esse método de transporte em massa e blá blá bló, mas como eu sei que ninguém que lê esse blog liga pra essas besteiras de meio ambiente iremos desconsiderar esse assunto.

Vamos as verdadeiras vantagens agora de se usar o busão:
...
...
...

Agora vamos as desvantagens:

-Ele demora pra cacete pra passar no ponto
-Ele para em todos os pontos que algum ser vivo, se existir um cachorro no ponto, e ele abanar o rabo, o busão com certeza irá parar.
-Sempre que você pegar o busão, pode ter certeza de uma coisa, você chegará atrasado.
-Só tem pobre.

Abaixo, um exemplo de ônibus operando abaixo de sua capacidade máxima.



2-Metrô

Transporte público utilizado em grandes cidades, portanto alguns leitores do nosso blog não fazem nem ideia do que seja isso.

Dentre as vantagens de andar de metro temos:

-Você se estiver revoltado com a vida, pode se matar, se jogando na linha do metrô quando o mesmo estiver chegando na plataforma.
-Fica uma voz te falando qual a próxima estação.

Desvantagens:

-Em horários de pico, existe uma espécie de "corrida do ouro" no metrô, onde a educação do povo passa longe.
-Quando você consegue um assento no horário de pico, pode ser considerado uma conquista no status pessoal da pessoa.

Abaixo temos uma imagem, do organizado sistema de espera pelo metrô nas suas plataformas.



3-Trem

Tranporte público utilizado em regiões metropolitanas, o que alguns leitores também não sabem o que é isso.

As vantagens de andar de trem:

-Existem vendedores ambulantes, assim, você não passa fome no trem (se tiver dinheiro)
-Existem vozes sempre te ajudando, e dando dicas e conselhos necessários como é o caso da frase "Cuidado com o vão entre o trem e a plataforma!"

Desvantagens:

-As "viagens" costumam demorar.
-Estou com preguiça de pensar em outra desvantagem.

Abaixo uma imagem de um trem.

Sapatos

dia desses fui para ourinhos, para consultar meu oftalmologista (ou para ele me consultar?), e como teria que ficar o dia inteiro naquela adorável cidade, em determinado momento daquela tarde, quando o próximo exame seria dali mais de uma hora, resolvi sentar num banco da praça da igreja matriz - bela igreja, por sinal - e como não conheço quase ninguém naquela merda de cidade, relaxei um pouco, a ponto de cochilar ali mesmo, em plena praça pública. conto aqui estes detalhes vexatórios pq talvez eles expliquem o fato de eu ter tido, naquela ocasião, o sonho mais cabuloso que consigo me recordar. talvez tenha sido o sol da tarde em zênite com minha testa, ou o ar poluído de cana queimada (não sei se eles realmente queimam cana lá, mas é o que parece) daquela cidade dos infernos. mas o sonho em si não importa, o que importa mesmo é que, assim que despertei, instintivamente olhei ao redor para me certificar de onde me encontrava. com as coordenadas espaciais estabelecidas, foi a vez das coordenadas temporais. fui tomado pelo medo de ter dormido muito, pois era o que parecia ter acontecido (deu até tempo de sonhar), mas na verdade só haviam se passado alguns minutos. a próxima medida de segurança após acordar em um local não familiar foi, discretamente, olhar em volta a procura de algum conhecido que poderia ter me visto dormindo ali. para minha sorte, indo contra todas as probabilidades matemáticas (e até mesmo possibilidades físicas), bem ali se encontrava, no banco da frente, a uns dez metros de distância, um colega de trabalho. ao menos era o que parecia, talvez. de qualquer forma, para fins simplificadores, vou assumir que realmente era tal pessoa. seu nome é diones.

diones estava sentado de frente para mim, mas parecia não ter me notado. parecia aguardar alguém iminente, seu olhar se voltava alternadamente para esquerda e para direita, algumas vezes olhava sobre o ombro esquerdo para verificar se alguém vinha dali. tinha as mãos sobre os joelhos, de uma maneira confortável, de forma que seus dedos repousassem na parte interior de suas pernas, apontando uns para os outros, mais para o chão talvez, e seus polegares indicassem sua virilha, de forma bem natural. mas isso não era o que mais chamava a atenção para sua pessoa, e sim a maneira como movimentava os tornozelos, para cima e para baixo, retirando os calcanhares do chão, para cima e para baixo, mas sempre mantendo a ponta dos pés em contato com o solo. vc pode achar tudo isso sem importância, e eu até diria que era, se não fosse por um curioso detalhe. seus sapatos. havia algo de especial naqueles sapatos, algo que eu não saberia dizer o que era. à primeira vista não passavam de simples sapatos pretos, de bico quadrado, sem qualquer tipo de amarras, exigindo que o encaixe com os pés do dono fosse perfeito. notava-se que ja haviam sido bem usados, porém estavam bem lustrados, eu diria até cuidadosamente lustrados. eles chamavam tanto a atenção para si que se tornava insignificante o fato de diones não calçar meias, e de suas calças serem demasiado curtas também. eu poderia descrever melhor aqueles magníficos sapatos, mas acho melhor apenas contar o que se sucedeu, assim vc poderá entender por si mesmo a importância de tais preciosidades.

o diálogo que reproduzo a seguir é uma versão, quase que integral, do que me recordo de ter ouvido então, entre diones (que falava de forma muito mais polida e agia de forma muito mais decorosa do que de costume) e carl, que havia se aproximado sem que eu percebesse, e se destacado do resto dos transeuntes apenas quando dirigiu a palavra para diones. as características físicas relevantes de carl poderão ser percebidas no diálogo, portanto não farei sua descrição. outras informações interessantes poderão ser percebidas pelo leitor atento, como a relação entre as duas personagens, de intimidade, porém altamente respeitosa. enfim:

carl - e então? como foi lá?
diones - oh, vc não vai acreditar, foi tudo maravilhoso!
c - sério? eles gostaram?
d - se eles gostaram? eles amaram. do começo ao fim, foi tudo perfeito!
c - haha, parabéns diones, eu sabia que vc ia conseguir. conte-me, conte-me como foi, homem.
d - sabe de uma coisa?
c - o que?
d - vc estava certo. eu quase não acreditei, mas... foram Eles carl. o jeito como eles olhavam, quero dizer, eles não paravam de olhar para Eles, e então... foram os sapatos carl, vc estava certo, foram Eles...

continua...

a segunda, e última, parte dessa história já está escrita, e se encontra num bloco de notas no meu desktop, porém só irei publicá-la se houver um número satisfatório de comentários clamando por ela, que, confesso, é a melhor de todas.

lembre-se que comentando nesse post vc concorre ao prêmio que será sorteado após eu publicar a última parte desta história, além de ajudar os cientistas na busca pela cura ao câncer.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dia do Riso

hoje é segunda dia 7, portanto ontem foi domingo dia 6. dia 6 é um dia muito importante, pois se vc estiver no brasil e no mês de novembro, este será o dia do riso, que coincidentemente também é algo muito importante. se vc está de mau humor creio que esteja discordando disso no momento, mas saiba que o riso é a única coisa que nos distingue dos outros animais, pois somos os únicos capazes de rir, nos tornando assim os únicos seres racionais (juntamente com as hienas) em meio a tanta irracionalidade.

esse post[1] na verdade é uma fusão dos dois últimos, que falavam, em ordem cronológica inversa, sobre um "dia do" e sobre sor"riso". antes de começar a escrever, fui verificar alguns dados na principal fonte de informação mundial, a wikipédia, e ela me esclareceu uma dúvida que eu tinha, e aqui eu a cito:

"O riso é uma parte do comportamento humano e é regulado pelo cérebro."

é por causa de informações desse tipo, construtivas e elucidatórias, que a wikipédia se tornou tão confiável. e eu que achava que o riso fosse controlado pelo pâncreas!

falando mais seriamente, existe uma teoria que afirma que o riso é uma resposta a percepção de incongruidade, ou seja, quando um fenômeno não obedece a um conceito nosso riso tem a função de liberar a energia psíquica que foi mobilizada por expectativas falsas. isso explica pq ironia e sarcasmo são engraçados.

se vc ainda tem alguma dúvida sobre as causas e efeitos do riso, consulte o gelotologista mais próximo. caso não encontre um na sua cidade (ou país), pesquise no ask.com "gelotologia", que é o estudo da água em estado sólido e também dos efeitos psicológicos e fisiológicos do riso. como dizia Einstein, pai da gelotologia, "rir é o melhor remédio". Freud, juntamente comigo, constatou um fenômeno na sociedade, o qual descrevo a seguir: se um indivíduo é econômico com seus risos (mal humorado), assim que este rir diante de duas ou mais pessoas, seguir-se-á o comentário "fulano viu passarinho azul hoje" ou "fulano deve ter dormido muito bem, pra tá feliz desse jeito", obviamente, tais comentários só serão pronunciados assim que o praticante do riso não estiver mais presente. portanto, ria diariamente, com moderação e nunca sozinho, pois caso seja flagrado rindo sozinho, será considerado automaticamente louco.

e vc, é do tipo que ri com zorra total? monty python? filmes do adam sandler? woody allen? se vc riu em algum momento enquanto lia esse post deixe um comentário, pois é de graça e ajuda as crianças na áfrica.




[1] leia-se pósti, igual ao que tem na rua, pois é mais engraçado que pôst.