{Quando comecei a escrever este texto, ainda me encontrava desempregado. Agora, no momento em que posto a parte II desta trilogia, já estuo trabalhando e me encontro extremamente cansado, apresentando sinais claros de burnout. Mas como isto não vem ao caso, passemos a continuação da história, que ainda segue meus princípios éticos de suprimir qualquer palavra de baixo calão do texto, substituindo-as por expressões mais leves.}
Assim que Matheus abriu e atravessou a porta, um dos rapazes que se encontrava sentado ali na sala gritou, após uma súbita injeção de adrenalina.
- Mas poxa vida! Atira nele
Cotó! Atira!
O companheiro dele, Cotó,
também com uma injeção de adrenalina a inundá-lo, sacou o revólver e já ia
atirar, quando Zeca apareceu gritando e tentando apaziguar a situação:
- Droga, não atira não,
Cotó! Esse aqui é o Matheus de quem eu tinha falado. O chefe de vocês vai
conversar com ele para oferecer um trampo pra ele!
- Droga Zeca! E porque você
não disse antes que esse tal de Matheus era branco? - indagou Fósforo, irritado
com a situação, e também apreensivo para ver se Cotó realmente controlaria o
impulso de puxar o gatilho.
- Ih, mano, foi mal. Eu
esqueci completamente desse detalhe... – desculpou-se Zeca.
Matheus tinha taquicardia. O
susto fora tremendo. Nem deu tempo para se recuperar da emoção inicial. A porta
que dava acesso a outro cômodo da casa abriu-se. Dela, apareceu um homem negro,
vestindo uma camiseta regata branca, que deixava os braços musculosos e cheios
de tatuagem à mostra. Assim como os demais, também vestia shorts e chinelas.
Tinha brincos nas orelhas, anéis em vários dedos e uma grande corrente
pendurada no pescoço, com um pingente em formato de letra B.
- Mas o que é que tá acontecen...
DROGA! – disse Bazé, o negro forte, da corrente no pescoço, ao mesmo tempo que
sacava a arma e dava o primeiro tiro na direção de Matheus.
- Calma Bazé! Calma Bazé! –
gritaram em uníssono, Cotó, Fósforo e Zeca. Os gritos serviram para que Bazé
parasse, antes de puxar o gatilho pela segunda vez. Aparentemente, Bazé também
confundira Matheus com um tira à paisana. Depois de explicarem o mal entendido
para Bazé, este disse:
- Caras, vocês me assustaram
legal! – e olhando para Matheus, que ainda tremia sem parar – E você deu uma
sorte imensa, piá. Quando eu atiro, eu não costumo errar. – e depois mostrou um
radiante sorriso, ao mesmo tempo que se aproximava e punha uma das mãos sobre o
ombro de Matheus – Vamos entrar no meu escritório para conversarmos, campeão!
[CONTINUA]
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