O nome do mascote da Copa do Mundo de 2014, Fuleco, já
parece anunciar o lugar onde todos os brasileiros irão tomar nesta Copa.
Estamos em contagem
regressiva para o início da Copa do Mundo de 2014 aqui no brasil¹. E eu prometi
para mim mesmo que faria uma publicação sobre o tema quando faltasse exatamente
um mês para o início da Copa. Não se engane o leitor, que aqui não fala nenhuma reacionário que odeia futebol. Pelo contrário, eu sou um apaixonado por
Copa do Mundo, adoro a oportunidade que me é oferecida a cada quatro anos, de
poder assistir a jogos de seleções que raramente tenho a oportunidade de verem jogar entre si. Entretanto,
não estou aqui para falar de futebol. Aliás, esta provavelmente será a Copa do
Mundo que menos acompanharei, desde a Copa de 98, quando comecei a assistir.
E o motivo é bem simples: não tenho televisão. Se eu tivesse TV e tempo, eu
assistiria a todos os jogos que pudesse. Estou financeiramente desfavorecido este ano, que
também quebrarei uma segunda tradição em minha vida desde a Copa de 98: não comprarei o álbum da
Copa, não trocarei cromos, nem me divertirei com essa brincadeira quadrienal.
Bom, minha vida mudou muito
de quatro anos pra cá. Há quatro anos, eu era funcionário público, tinha uma
vida estável, morava com minha mãe e minha irmã, em casa tinha televisão e,
sim, eu fui de camiseta laranja pro trabalho quando a Holanda eliminou o brasil
nas quartas-de-final da Copa da África do Sul, em 2010. Atualmente, não
disponho do mesmo luxo, não sou mais funcionário público, agora moro sozinho,
não tenho nem o básico para uma casa, quem dirá uma televisão. E também, estou
na universidade, não tenho tempo disponível para ver jogos, preciso estudar
para ser alguém na vida.
Então, vamos ao teor desse
texto. Não vim aqui para criticar a seleção. Até porque, para criticar a
seleção, eu preciso dizer de qual seleção estou falando. Se for a Seleção, com
S maiúsculo, que já virou sinônimo nacional de “seleção brasileira”, essa
seleção aí eu espero mesmo que se lasque e passe uma vergonha enorme nessa Copa.
Se dependesse de mim, o brasil perderia os três jogos da fase de grupos e
aquele sujeitinho chamado Neymar seria uma grande decepção. O que francamente,
duvido muito que vá acontecer, dado que eu acho que o Jorge Kajuru estava certo
quando disse que essa Copa já estava vendida para o brasil ganhar...
Bom, já pus as cartas à
mesa, já disse que acho a Copa uma das coisas mais legais do mundo, se pudesse
assistiria aos 64 jogos, mas não posso. Mas eu não vim aqui para falar do EVENTO
ESPORTIVO Copa do Mundo, e sim das POLÍTICAS relacionadas a Copa do Mundo.
Não sei de tudo o que
aconteceu até aqui, portanto apenas ilustrarei com alguns argumentos, mas tenho
certeza que se você procurar na internet, achará muito mais coisas além das que
eu citarei aqui. Antes de dar meus exemplos, vou dizer genericamente o que eu
penso da Copa. Se isto fosse uma Redação do Enem², essa seria a minha tese, o
parágrafo inicial, pra quem estudou a formulazinha de redação do certame. Nos
demais parágrafos, defenderei minha ideia. Então vamos lá.
Eu acho que essa Copa do
Mundo, em termos de brasil, é uma das coisas mais ignominiosas que já
aconteceram nesse país. Eu francamente sinto vergonha de ser brasileiro e de
fazer parte de país tão cretino como o nosso, claramente me referindo aqui aos governantes que nos representam diante do mundo. É desonroso
tudo o que aconteceu envolvendo a Copa, passando desde a construção dos estádios, licitações
realizadas de forma sub-reptícia, desapropriação de comunidades, supostas
pacificações de comunidades cariocas – mas com interesses políticos escusos -, até soberania
nacional colocada a prova em detrimento das exigências da FIFA e muito mais.
Mas assim eu estou apenas divagando, vamos a alguns exemplos que eu prometi,
para concluir a minha crítica.
A
– Estádios, elefantes brancos e superfaturamentos
Uma das promessas feitas
sobre a Copa, é que a maior parte dos recursos utilizados para toda a
preparação de infra-estrutura para o evento seria financiado por dinheiro
privado. Ao poder público, pouco dinheiro caberia injetar nesta parte do
projeto, sendo este reservado para o investimento de obras cuja competência é
exclusiva do Estado, tais como saúde, transporte e segurança. Entretanto, hoje
já podemos ver que essa foi uma mentira escandalosa, já que a maior parte do dinheiro
investido veio dos cofres públicos. E provavelmente, muito desse dinheiro foi
pingando de bolso em bolso, dando uma discrepância entre receita e dinheiro
realmente investido.
Além disso, grande parte dos
estádios superfaturaram suas obras (não sei exatamente se todos, então prefiro
não incorrer em uma falsa afirmação). Prometeram gastar X, mas no fim das
contas gastaram muito mais do que o orçamento inicial. E em alguns estados, os
estádios se tornaram sinônimo de “elefantes brancos”, estádios que quase não
terão uso futebolístico, dado que em muitos estados não existem equipes de
grande expressão no futebol nacional. Por exemplo, em Brasília, onde eu moro, o
Estádio Mané Garrincha foi considerado o estádio mais caro da Copa. Vale lembrar
que o Mané Garrincha já existia antes da Copa, e que tecnicamente, ele passou por uma
reforma. Veja o que a reportagem da Folha de São Paulo diz sobre o tema
clicando aqui. Eu questiono para que servirá um estádio tão caro como o Mané
Garrincha, depois da Copa, num local sem nenhuma expressão no futebol? Para ser
palco de jogos como Ceilândia x Ceilandense? Luziânia x Brasília? Gama x Brasiliense? Criança Esperança x Teleton? Amigos do Ronaldo x Combinado do Kuwait? Ah, faça-me um favor!
É contraproducente um
estádio de futebol como o Mané Garrincha e o de outros estados (Arena Amazônia,
Arena Pantanal, só para exemplificar) ficarem com seu uso limitado a jogos de excursão de times
grandes do Rio e de São Paulo, e de shows internacionais de grandes bandas de
rock.
E o que dizer do Itaquerão?
Uma das mais polêmicas arenas construídas para a Copa, a Arena Corinthians teve
grande parte de seus recursos providos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Segundo a página institucional do BNDES, a entidade, que é uma “empresa pública federal, é hoje o principal instrumento de financiamento
de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da
economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental”.
Tudo bem, eu entendo que o negócio do BNDES é fazer financiamento mesmo, mas em
se tratando de uma empresa pública federal, eu francamente devo questionar esse tipo de financiamento, com outras tantas prioridades para se investir. Só para
deixar claro, quem faz o financiamento é o BNDES, mas quem faz o empréstimo,
como intermediário entre o consórcio responsável pela construção do estádio e o
BNDES é a Caixa Econômica Federal. Que aliás, apenas a título de curiosidade,
utiliza o capital da empresa (cujo dinheiro não deixa também de ser nosso, já que somos
donos da empresa) para patrocinar o Corinthians e também o Flamengo.
E só pra finalizar esse
tópico, quero deixar bem claro o que eu penso sobre um certo discurso que é bem
recorrente por aí. “Ah, mas você é burro, Kily, você não tem perspectiva, você
não olha pra frente, a Copa vai trazer lucro e retorno financeiro para todo o
país”. Duas coisas. Primeira: eu não acredito que a Copa trará retorno
financeiro para o brasil, mas aceitemos esse argumento como verdadeiro por apenas um instante; eu tenho
certeza absoluta que esse retorno virá para as mãos dos mais ricos deste país,
e não para a grande massa da população, que é a parte mais pobre do país e que mais
precisaria usufruir dos lucros de uma Copa. Segunda: as necessidades da
população são impreteríveis, isto é, inadiáveis; se existem necessidades
urgentíssimas de investimento nas áreas de saúde, educação, transporte e
segurança pública, qual a lógica de se investir num evento, que em tese trará
frutos apenas em longo prazo, se as necessidades da população são para ontem?
Contra essas indagações, não há argumentos.
B
– Projetos Não Concluídos (ou concluídos de modo sofrível)
Ao que parece, não somos um
povo que preza muito por pontualidade nem por qualidade. Fazemos as coisas nas
coxas, apenas para tapear, como bem disse o presidente da Infraero. Fazendo uma analogia da Copa
com uma visita em nossa casa, os turistas são os visitantes, a organização da
Copa é a limpeza da casa, e o que está acontecendo pode ser chamado como “a
sujeira jogada pra debaixo dos tapetes”.
Um extenso hall de promessas
foram realizadas para esta Copa, mas diversas delas não foram cumpridas. Seis estádios ficarão sem Wi-fi para o evento. O que equivale a 50% das sedes da
Copa. Quem quiser utilizar a net local, terá uma infeliz surpresa quando tentar
estabelecer a conexão.
Melhorias no transporte
também não se concretizaram. O VLT de Brasília ficou só no quase. Há um mês do
início da competição, alguns estádios ainda sofrem problemas, nem inaugurados
foram. O Itaquerão, por exemplo, que será palco da abertura da Copa, sequer recebeu uma
partida oficial até hoje. Não se pode dizer ainda qual a qualidade da
estrutura, e quais são os pontos críticos para o acesso ao local dos jogos em
São Paulo.
Isso sem falar em todo o
processo, que envolveu vidas perdidas durante as obras do estádio. Será que na
construção dos estádios não tem CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes)? Cadê a fiscalização? Cadê os profissionais da segurança do
trabalho? Enquanto pesquisava na internet para este post, descobri que mais um
cidadão morreu enquanto trabalhava, desta vez na Arena Pantanal. O link da
reportagem no site da Globo pode ser visto aqui. Segundo a reportagem, esta foi
a nona morte de trabalhadores em obras de estádios do brasil. Mas, quem é que
se importa com essas vidas perdidas? Afinal de contas, esse número é irrisório, se comparado com os gastos descomunais e inimagináveis
realizados para a Copa. O que são nove pessoas perto de bilhões e bilhões de
reais? Eu tom de crítica, é claro, eu acho que se nos empenharmos um pouco mais,
ainda conseguimos matar mais um pra fechar com dez mortos, que é um número
redondo. Ainda temos um mês para isso.
Campinas receberá a seleção
de Portugal, que treinará na cidade. Ouvi uma reportagem na rádio CBN, falando
da preocupação da vigilância sanitária e dos demais órgãos de saúde locais,
acerca da epidemia de dengue que vem ocorrendo nessa grande cidade do interior
paulista. E todo um esquema será montado para proteger Cristiano Ronaldo e
companhia. Note aqui que a força da campanha de tratamento e prevenção contra a
dengue ganha um impulso enorme com a presença da seleção de CR7, ou seja, os
portugueses não podem adoecer, já os brasileiros... acho louvável receber bem
um visitante em nosso casa, mas cadê o bom tratamento para os moradores daqui?
C
– Legado da Copa
Qual é a imagem que o brasil
deixará para o mundo ao realizar essa tão badalada competição mundial? E,
principalmente, qual será o legado da Copa? O que o povo poderá aproveitar
depois da Copa? Ronaldo, um ídolo nacional, e um cara eu admiro muito, caiu na
besteira de dizer que Copa do Mundo não se faz com hospitais, se faz com
estádios. Eu temo dizer que, depois desses efêmeros trinta dias de competições,
o que nós mais vamos precisar nesse país não são de estádios, de elefantes
brancos, mas sim de hospitais, de empregos, de melhoria no transporte público
para que os trabalhadores deixem de sofrer tanto, e de educação, que na minha
opinião é a principal via de mudança para um país tão desigual quanto o nosso.
É lamentável, mas pouca
coisa ficará de verdade para a massa. Temos que lembrar que a massa não pega
avião. Então, até as parcas melhorias nos aeroportos, não trarão reflexos para
a maioria da população.
O que o povão mesmo irá usar
depois da Copa? Faz dois anos que moro em Brasília, e na minha percepção, o
transporte público nunca esteve tão ruim quanto nos últimos meses. Mas as propagandas
políticas do GDF não param de afirmar que tudo vem melhorando, que a frota foi
trocada e blá blá blá.
O que irá mudar depois da
Copa? Os brasileiros que levam duas horas de casa para o trabalho por conta do
trânsito, após a Copa reduzirão o tempo pela metade?
O que irá mudar depois da
Copa? Os hospitais que têm apenas um médico de plantão atendendo a uma população
de 300 mil pessoas, passarão a contar com pelo menos 6 médicos, atendendo com
qualidade, presteza e com estrutura física ideal para a promoção e recuperação
da saúde?
O que irá mudar depois da
Copa? Aqueles que estão na escola sem saber ler nem escrever, sairão de lá alfabetizados,
críticos e pensadores? O que irá mudar depois da Copa?
A resposta para essa e
outras perguntas, eu sinto um aperto no coração ao dar, mas se resume numa
única palavra de quatro letrinhas.
Nada.
Previsões
para a Copa
Há um mês do início da Copa,
em meio a instabilidade política, tantas coisas acontecendo em territórios brasileiros,
tais como o escândalo da Petrobrás, o início da corrida eleitoral de 2014 e o
fantasma do descontentamento popular de 2013 pairando no ar, expresso através
da celeuma do povo indo nas ruas e manifestando-se contra os miasmas pútridos
dos bastidores políticos, ficam as seguintes perguntas: como transcorrerá a
Copa? O evento ocorrerá com sucesso? Como o brasil desempenhará seu papel como
anfitrião, e como isso repercutirá no mundo todo? Partindo dessas indagações,
lanço uma lista de possíveis acontecimentos no decorrer da Copa, que poderão
(ou não) ser manchete durante o torneio. Não estou dizendo que tais coisas
acontecerão, apenas que, são coisas que devemos ficar de olho.
Abaixo, apresento uma lista
de “minas” que podem explodir a qualquer momento no campo minado do brasil e
repercutir perante o mundo:
1
– Manifestações populares durante a Copa: as manifestações
ocorrerão com a mesma força do ano passado? E como as forças policiais agirão?
Haverão excessos? Como será a repercussão nacional e internacional de possíveis
manifestações?
2-
Manifestações dentro dos estádios: não é porque estão indo
assistir aos jogos da Copa, que os brasileiros das classes mais favorecidas
estão contentes com o cenário político do país. Haverão manifestações dentro
dos estádios, tais como vaias, gritos de guerra ou até mesmo cartazes
criticando o país? Como o mundo olhará para um país politicamente instável?
3
– Corrida eleitoral: todos os partidos políticos estão de olho na
Copa. Quem está no poder, esperando que o evento seja um sucesso, para usar
como alavanca eleitoral; que não está, torcendo por falhas, que serão
utilizadas na corrida eleitoral para angariar votos e deslegitimar a
competência de quem está no poder.
4
– Apagões: será que acabará a energia em algum estádio durante os
jogos? Estamos sempre falando de aumento do preço da energia elétrica, de
empréstimo do governo para as fornecedoras de energia. Será que, a exemplo do que
acontece de vez em quando na Taça Libertadores da América, vai acabar a luz no
meio do jogo? Aí vai ficar feio, hein...
5
– Acesso aos estádios: todo mundo vai conseguir chegar aos estádios?
Vai ter busão pros turistas irem ver os jogos? Não vai ter engarrafamento? As sinalizações
de placas serão perfeitas, ou ainda veremos pérolas como esta aqui de Brasília?
6
– Greves: tenho ouvido a respeito de vários indicativos de greve. Servidores
públicos de muitos órgãos estão querendo cruzar os braços. Já se fala de
Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Alguns já entraram, outros
pretendem deixar bem para a semana do início da Copa. Há quem diga que muitos
pararão. Já eu, acredito seriamente na paralisação de serviços essenciais, como
o transporte público. Dou o maior apoio aos motoristas e cobradores de ônibus
(vulgo rodoviários), se estes pararem. Aí vai se instalar o caos. Só a título
de curiosidade, pra verem como é que todo mundo confia no transporte público de
Brasília, na UnB, onde eu estudo, não haverão aulas em todos os dias quando
houverem jogos da Copa aqui. E o motivo? Porque eles sabem que o aumento do
contingente de ônibus nas imediações do estádio ocorrerão em detrimento da
diminuição e até mesmo paralisação total dos ônibus para outras localizações,
como no Campus da UnB.
7
– Aeroportos: teremos atraso nos aeroportos?
Cancelamentos? Os turistas ficarão satisfeitos com as instalações nos terminais
de embarque e desembarque? E, quem sabe, rolará algum terrorismo no país?
8
– Turistas mortos: e para finalizar (a lista poderia ser maior,
mas me faltam ideias), imagine a seguinte situação. Um turista norte-americano
está no brasil, passeando, depois de assistir a um dos três jogos para os quais
veio ver. E o inesperado acontece, ele é assaltado, se desespera com o meliante
armado, não consegue estabelecer comunicação, devido a diferença linguística,
reage ao assalto e acaba sendo morto. O Sr. Barack Obama exige uma resposta das
autoridades brasileiras, em vista da morte de seu compatriota e filho de sua
amada nação Estados Unidos. E o brasil não faz a mínima ideia de quem foi que
deu cabo da vida do gringo. Já imaginou a situação? Quando uma pessoa é morta
em terras estrangeiras, cabe ao governo do morto exigir do governo estrangeiro
uma resposta que demonstre que justiça será feita, caso contrário, as relações
entre os dois países ficam muito tensas. Como seria a situação? Como os abutres
da imprensa cobririam o fato?
São muitas divagações as que
fiz aqui. Espero que tenham gostado. E agora, vamos esperar a Copa do Mundo,
para saber o que acontecerá de fato, e o que ficará apenas no “se”.
...
Meu agradecimento especial a dona do coração do Kily, que auxiliou e muito na construção deste texto, com suas opiniões, críticas e incentivos. Dedico a ela esta produção. Assim como a Copa do Mundo, fiz tudo correndo para conseguir entregar este texto no prazo por mim prometido. Só espero que ele não tenha ficado tão nas coxas igual a competição que aqui se desenrolará. Peço desculpas por eventuais erros, mas para mim as coisas realmente estão muito corridas e não tive tempo hábil para uma revisão de conteúdo, gramatical e ortográfica de qualidade.
¹ Em tom de crítica, brasil será
escrito com b minúsculo todas as vezes que aparecer.
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