Se alguma coisa pode dar errado, dará.
Esta famosa frase, enunciada por um antepassado do Eddie, ficou famosa como sendo a Lei de Murphy. Especialistas da área do Direito dizem que a Lei de Murphy é uma das poucas leis que funcionam integralmente no Brasil, perdendo apenas para a Lei da Gravidade e para a Lei T'amento. A Lei de Murphy, ou simplesmente A Lei, preconiza que as coisas tendem a dar errado, ou seja, se tiver algum jeito de você se ferrar, não se preocupe em tentar evitar tal situação, porque isso irá acontecer inevitavelmente.
Já o segundo enunciado dA Lei, que também é interessante, diz: se para desempenhar determinada atividade, houver quatro maneiras dessa atividade dar errado e você sabiamente prever as quatro e se precaver para que nenhuma delas aconteça, surgirá uma quinta maneira inesperada e sua atividade dará errado.
Este enunciado complementa o primeiro, dizendo que não importa o nível da sua precaução, pois se for pra dar errado, dará de qualquer jeito. Baseado nisso, após muita reflexão, eu elaborei um problema que ilustra de maneira simples como a Lei de Murphy funciona. Observe abaixo o caso hipotético deste problema, aclamado pela comunidade científica:
Você está chegando em sua casa, após voltar do trabalho, da escola, da acadêmia, do Pirabar ou de qualquer outro lugar. Você está cansado e faminto e pretende comer pão, mas lembra-se que o pão acabara no café da manhã. Então você pensa: é simples, vou passar na padaria da esquina para comprar alguns pães e o problema está resolvido.
Mas você se esqueceu de algo, caro leitor... não estamos falando de qualquer problema. Estamos falando do Problema do Pão. E é aí que surge o paradoxo: você fica na dúvida se algum outro morador de sua casa já comprou os pães. Lembro ao leitor que você está faminto, e morto de cansaço. Fazendo uma citação shakespeareana: Comprar ou não comprar pão? Eis a questão.
Analisemos as duas opções e as desvantagens de cada uma (nenhuma delas possui vantagem real): se você comprar pão, quando chegar em casa, corre o risco de constatar que algum outro morador já comprou o bendito pão. Nesse caso, vocês serão obrigados a comer pão duro, velho e com bolor por alguns dias, já que foi comprado um número de pães maior do que seu clã costuma consumir. Ou ainda, podem jogar fora os pães excedentes, mas isso não elimina o desperdício do dinheiro e consequente sucesso da Lei de Murphy.
E por último, mas não melhor, nós temos uma segunda opção: não comprar os pães e ir para casa, na esperança que alguém já tenha comprado. Obviamente, neste caso, você irá constatar que ninguém comprou pão e você irá morrer de fome, pois suas energias não são suficientes para voltar até a padaria comprar os pães. Tal como aqueles jogos de corrida de carro, se você se aventurar a ir até a padaria, ficará no meio do caminho, por falta de combustível.
A conclusão do Problema do Pão, por mim proposta, já foi analisada por diversos filósofos, e uma tese foi elaborada pelo norueguês Jostein Gaarder, autor de um tal de "O Mundo de Sofia". Ele diz que não importa qual decisão o sujeito tome nesse problema, pois tomando a Lei de Murphy como verdade absoluta, independente da decisão no Problema do Pão (e em qualquer outro problema na vida) o universo dará um jeito de fazer sua decisão ser a errada. Segundo ele, o pão ter sido comprado ou não por outra pessoa não é um fato consumado e independente do restante do problema, mas sim uma consequência da decisão do indivíduo. Jostein Gaarder afirma haver uma relação de causalidade entre os eventos, sendo que, ao contrário do que estamos acostumados, o evento primeiro é o efeito e o evento último é a causa. Gaarder recebeu muitas críticas por sua teoria, por não explicar a relação de causalidade invertida que propôs. Muitos consideram que há uma lacuna em sua explicação, mas, como nenhuma teoria melhor surgiu até então, essa vem prevalecendo entre a comunidade científica.
Outro claro exemplo de algo que acontece com frequência em nosso cotidiano, que tem a mesma base do Problema do Pão, é relacionado a previsão meteorológica. Observe que quando você sai munido de três blusas de frio, duas calças (a do pijama por baixo) e guarda-chuva, faz um sol de rachar. E quando você sai de casa com uma camiseta regata, shorts, chinelas e até mesmo tendo passado protetor solar, cai um dilúvio de 40 dias e 38 noites em sua cidade, contrariando a previsão do tempo do jornal. Mais uma vez, a previsão é apenas o efeito de uma relação cuja causa é a maneira como você sai de casa.
Tais raciocínios me fizeram lembrar de um pensamento de um grande amigo murphyano meu, e é com uma paráfrase deste pensamento que encerro minha postagem.
"No jogo de Winning Eleven, quando estiver jogando contra a máquina, não importa o que você faça, não importa o tamanho de sua habilidade, não importa o nível de seu empenho e de sua concentração, você irá tomar gol de qualquer jeito. [...] Chegar ao gol adversário é fácil, fazer gol é difícil. Marcar (os jogadores adversários) é fácil, não tomar gol é impossível."
Representação simbólica de uma possível personificação da Lei de Murphy.
Algumas pessoas vivenciam cenas cômicas por causa da Lei de Murphy...
... já outros se ferram pra valer por causa dela. Na imagem acima,
foto de Marlon Brandon Lee, ator que morreu durante uma cena no filme "O Corvo",
seu penúltimo trabalho como ator. A causa mortis foi a Lei de Murphy.
Nuss, agora fiquei com medo de fazer brigadeiro aqui e o fogão explodir na minha cara. -.-
ResponderExcluirEssa parada é séria, e nada inspiradora.