quarta-feira, 20 de novembro de 2024

San Marino

Uma postagem sobre a melhor fase da pior seleção do mundo.

Antigamente, chamávamos o dicionário de pai dos burros. Hoje em dia, temos um padrasto muito benquisto: a Wikipédia. E, segundo nosso padrasto, a Sereníssima República de San Marino é um pais de pouco mais de 34 mil habitantes. Trata-se de um enclave situado na Itália. Enclave, para quem não sabe, é o nome dado em geografia para um território que fica totalmente envolto em outro território. Em outras palavras, se pensarmos que a Itália como a perna da Angélica usando uma bota com salto alto, o San Marino pode ser pensado como a famigerada pinta da perna da apresentadora. Se bem que, em termos proporcionais, a pinta da perna da Angélica é sabidamente muito maior, em relação ao tamanho da perna, do que o San Marino, em relação à Itália. Nesse caso, podemos pensar em San Marino como uma verruguinha.

Mapa da Itália com a localização da Sereníssima República de San Marino.

A Itália, sabidamente, é mais conhecida pela Sicília e sua máfia, imortalizada na trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Copolla, do que pela Sereníssima República de San Marino. Esse pequeno país, apenas ligeiramente maior que o cu do mundo (a.k.a. Piraju), é conhecido por dois motivos. Primeiro, pelo Grande Prêmio de San Marino, uma das corridas de Fórmula 1, em que os pilotos dão 800 voltas sobre as linhas da fronteira San Marino–Itália, totalizando 3 km de intensa corrida.

Simpática bandeira da Sereníssima República de San Marino.

O segundo motivo é porque San Marino possui a pior seleção de futebol do mundo. Com tão pequena população, não é de surpreender que o time tenha poucos garotos disponíveis para montar o selecionado samarinês. Por conseguinte, a Seleção São-Marinhense de Futebol é frequentemente exposta a vexatórias derrotas, incluindo San Marino 0 × 7 Turquia (Eliminatórias da Copa de 1998), San Marino 1 × 10 Bélgica (Eliminatórias da Copa de 2002) e San Marino 0 × 6 Bêbados de Springfield (jogo amistoso). 

Escudo de la Serenissima, como é conhecida a Seleção São-Marinhense de Futebol.

Inclusive, San Marino saiu derrotado na primeira e única partida do clássico da Repubblica Italiana, disputada em 2004. Na ocasião, a partida terminou San Marino 0 × 5 Combinado de Cardeais do Vaticano, com direito a um golaço de bicicleta de Joseph Aloisius Ratzinger. Com esse gol aos 77 anos, Ratzinger se tornou o jogador mais veterano a marcar um tento para a equipe do Vaticano, apenas um ano antes de se tornar o papa da Igreja Católica Apostólica Romana. 

San Marino é um time futebolístico tão fraco que, em tempos de crise, dirigentes do mundo todo buscam marcar amistosos contra essa equipe, de modo a levantar o moral de suas equipes. No entanto, em certa ocasião, isso não deu muito certo. Quando a Itália, enfrentando uma crise sem fim, superou por 2 × 1 a seleção de San Marino em partida amistosa, a crise foi tão grande, que o técnico acabou demitido. Na visão da imprensa italiana, vencer por apenas 2 × 1, com direito a um autogol da zaga italiana, era motivo suficiente para a demissão do comandante da Squadra Azzurra, apelido carinhoso pelo qual a seleção italiana é conhecida.

Mas nem só de humilhações vive a seleção de San Marino. No dia 28 de abril de 2004, a seleção de San Marino enfrentou a seleção de Liechtenstein. O jogo amistoso, San Marino 1 × 0 Liechtenstein, consistiu na primeira vitória da história da seleção de San Marino. Andy Selva, autor do único gol da partida, recebeu uma estátua na única praça existente na Sereníssima República de San Marino.

Recentemente, San Marino ascendeu à glória eterna. Por alguns dias. Fato é que, em 2024, San Marino voltou a enfrentar, e a vencer, a seleção de Liechtenstein, no dia 5 de setembro de 2024. Mais uma vez, o placar foi San Marino 1 × 0 Liechtenstein. Segundo a imprensa local, a partida terminou com gritos de "olé" e de "o vencedor voltou", em alusão à primeira vitória de San Marino em 20 anos.

Surpreendentemente, San Marino voltou a vencer nos últimos dias. Pasmem: novamente, o triunfo foi obtido contra o bem montado time de Liechtenstein. Embora o time de Liechtenstein tenha saído na frente no marcador do jogo, o placar foi Liechtenstein 1 × 3 San Marino, em pleno casa do time lêmure (pra quem não sabe, quem nasce em Liechtenstein é lêmure). Com isso, San Marino, pela primeira vez na história:

  • Venceu uma partida fora de casa;
  • Venceu duas partidas em um mesmo ano;
  • Venceu uma partida por mais de um gol de diferença;
  • Venceu uma partida de virada;
  • Conquistou alguma coisa, isto é, subiu para a Liga das Nações da UEFA C (que, assim como a Liga das Nações da UEFA D, é outra competição que nobody gives a shit about).


Highlights da partida da glória eterna (Liechtenstein 1 × 3 San Marino):



Agora, a seleção samarinês sonha em ir à Copa do Mundo de 2026, podendo ser uma pedra no sapato da da seleção brasileira geração menino Ney, que enfrenta dificuldades até para vencer as porras dos times da América do Sul.

É com imenso prazer que toda a equipe do Pra Gente Rir parabeniza a Sereníssima República de San Marino pela recente conquista, desejando sucesso à seleção local nas próximas competições. Parabéns pela melhor fase da pior seleção do mundo!

Caso não aconteça mais nada relevante e digno de mais um texto extra neste jornal diário, até 2025!

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O segundo candidato mais querido das eleições

Uma postagem sobre a festa da democracia.

No último domingo, 06/10/2024, realizou-se o primeiro turno das Eleições Municipais 2024. Sim, óbvio que é "Municipais 2024". Elas foram realizadas em 2024! Se bem que as Olimpíadas Tóquio 2020 foram realizadas em 2021, por conta de um tal de "coronavairus". Mas não é sobre as Olimpíadas, nem sobre o "vairus" que eu quero falar hoje. Estou apenas entrando em uma digressão.

Neste post, faço um breve comentário sobre o segundo candidato mais querido das eleições. Antes que você, caro leitor, questione quem é o segundo candidato mais querido das eleições, eu preciso dizer que não se trata de uma pessoa específica. Pelo contrário, uso o termo para me referir a um arquétipo, isto é, a uma figura popularesca que provavelmente pode ser encontrada em diversos municípios do país. Arrisco-me a dizer que tal personagem está mais presente nas cidades interioranas, onde todo mundo se conhece, como é o caso do pobre autor deste post.

O fato fundamental sobre o segundo candidato mais querido das eleições, e que pode surpreender os mais românticos, é que ele não se elege. Suponha que fizéssemos a seguinte consulta popular após o primeiro turno das eleições: "se você não tivesse votado no candidato que você votou para vereador, em quem você votaria?"

A resposta majoritária a essa questão é um excelente indicador do segundo candidato mais querido das eleições. Por definição, o segundo candidato mais querido das eleições é aquele que todo mundo desejaria que ganhasse uma cadeira na Câmara Municipal da urbe, mas não a ponto de depositar seu próprio voto no pleiteante a vereador. 

Acontece que, em pequenas cidades, todo mundo se conhece. Invariavelmente, uma pessoa gostaria de depositar seu voto para vereador em mais de uma boa alma. Todavia, no momento da decisão, o segundo candidato mais querido das eleições é preterido por muitos eleitores, o que faz com que ele não atinja quórum para ganhar o tão desejado trono no legislativo.

Considere o seguinte exemplo hipotético. Mario é boa praça, simpático e sempre disposto a ajudar os membros de sua comunidade. Ele se candidata a vereador. No entanto, dona Ana, apesar de ter Mario em alta conta, acaba depositando seu voto no Aldair da Mercearia, marido de sua sobrinha. "Afinal, família é família. Sacomé, né?", justifica-se dona Ana.

Esse mesmo causo se repete inúmeras vezes. É a irmã Severiana que simpatiza muito com o Mario, mas que precisa votar no diácono da igreja, o Crébinho da Reciclagem, para quem o pastor atua como principal cabo eleitoral. É a jovem Helena que, apesar de já ter sido beneficiada pela generosidade do Mario em algumas ocasiões, também tem uma dívida de gratidão com o Delegado Romeu, que foi fundamental para facilitar a cirurgia do pai de Helena. 

Mario, embora também distribua suas benesses aos munícipes, tende a apresentar atos de generosidade considerados "de menor impacto", em comparação aos atos de algum outro candidato. E assim, de voto em voto, Mario vai vendo as vacas dos vizinhos engordarem, e a sua ficando à míngua. "Em 2028 tento novamente", lamenta-se o segundo candidato mais querido das eleições.

Quando sai o compilado dos vencedores do pleito eleitoral, a cidadela avalia os nomes e tece comentários. "Nossa, a Fátema do Açougue foi reeleita?", "Eu não acredito que aquela imundícia do Moaçyr do Bairro das Flores foi o mais votado da cidade!", "Ai, mas o Mario é tão bonzinho, que pena que não entrou...". Quem lamenta pelo Mario não ter entrado, evidentemente, deve ter votado no Aldair da Mercearia, no Crébinho da Reciclagem, no Delegado Romeu, na Fátema do Açougue, no Moaçyr do Bairro das Flores ou na puta que te pariu. Exceto no Mario. 

Agora sim, até o ano que vem. =)

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Opiniões impopulares

Um texto em homenagem à amiguinha aniversariante do dia.

Uma opinião impopular é aquela expressa por uma parcela minoritária da população. Ao emitir uma opinião impopular, assume-se o risco de despertar surpresa, vergonha alheia, raiva ou até ideações homicidas em seus interlocutores.

Eis alguns exemplos de opiniões impopulares:

  1. A melhor bebida para acompanhar pizza, pastel e cachorro-quente é obviamente o café (0,1%).
  2. Pandeiristas deveriam se esforçar para aprender a tocar um instrumento de verdade (0,03%).
  3. Ao cruzar com um corintiano em uma rua deserta, suas chances de ser assaltado são maiores que 80%, e de ser esfaqueado, maiores que 50% (0,9%). 
  4. Se uma pessoa se autointitula mãe ou pai de pet, ela certamente tem transtornos mentais (0,9%).
  5. Pablo Picasso pintava mal para um cacete (0,0007%).
  6. O filme Bacurau tem o mesmo valor cultural que uma sacola de fezes (0,0000006%).
  7. Se é para colocar uva-passa no arroz, melhor nem fazer ceia de Natal (0,05%).
  8. Quem alimenta uma conta no Blogspot em pleno 2024 é um idiota (1%).
  9. É melhor ser surdo que ouvir uma música do Gusttavo Lima (0,000000000000000004%).
  10.  Astrologia é uma desculpa para botar o seu fracasso em algum fator extrínseco a você mesmo (0,006%).

Entre parênteses, apresento o percentual de pessoas que apoiam essas ideias (baseado em uma pesquisa metodologicamente rigorosa que eu mesmo conduzi). A lista não é exaustiva, apenas ilustrativa. Além disso, os itens da lista não necessariamente expressam a minha opinião pessoal. Eu sou só o mensageiro.

Aqui, observo que a impopularidade de uma opinião nada tem a ver com sua falsidade. Por exemplo, como bem sabemos, metade dos itens da lista anterior representam a realidade (não direi quais deles, pois não quero emitir explicitamente opiniões impopulares). De maneira complementar, a popularidade de uma opinião não implica que ela está correta. Nesse sentido, o ditado "a voz do povo é a voz de Deus" não tem qualquer valor de verdade. Se o que a maioria acredita fosse verdade, então não haveria grandes chances de um certo psicopata ser eleito prefeito da maior cidade do país no próximo domingo.

Dentro dessa discussão, é preciso diferenciar opiniões impopulares de opiniões canceláveis. Uma opinião impopular, por definição, é aquela que é manifestada por poucas pessoas. No entanto, muitas vezes as pessoas não manifestam uma opinião por medo de serem canceladas. Nesse caso, uma opinião cancelável pode ou não ser impopular. Por exemplo, "a Terra é plana" é impopular, pois ela é tão idiota que quase ninguém acredita nisso de verdade. Mas ela não é cancelável, pois ninguém deveria ser cancelado por acreditar em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, na Fada do Dente ou no terraplanismo. Afinal, todos sabemos que devemos respeitar a ingenuidade das crianças e dos retardados mentais.

Eventualmente, é impossível diferenciar duas razões para uma opinião impopular: ela é impopular porque ninguém tem aquela opinião versus ela é impopular porque ninguém tem coragem de expressá-la em voz alta. Por exemplo, é improvável que você escute com muita frequência que você é feio, independentemente dessa afirmação descrever ou não a realidade sobre sua diagramação facial. Se você raramente ou nunca escuta essa frase, é porque, por definição, essa é uma opinião impopular. Existem duas possibilidades para esse fato:

  1. Você realmente faz os olhos da maioria das pessoas sangrarem. No entanto, as pessoas escondem esse sentimento. Logo, você é feio, mas quase ninguém tem coragem de expressar essa opinião impopular.
  2. Você é uma pessoa bonita para a maioria das pessoas ou, na pior das hipóteses, nem fede nem cheira. Algumas poucas pessoas te acham feio, e é essa a razão das manifestações esparsas sobre sua aparência. As poucas que te acham feio têm medo de serem canceladas por essa opinião.
Mas como decidir qual é a razão para essa opinião impopular? A ideia básica é buscar pistas em outros sinais verbais ou não verbais. Por exemplo, se as pessoas pedem licença para ir ao banheiro e, em seguida, você ouve sons de vômito, é provável que você seja feio. Por outro lado, se você escuta elogios  frequentes sobre a sua aparência vindos de pessoas que não são da sua família, nem que consumiram doses cavalares de entorpecentes, é provável que você seja uma pessoa bonita (e que os que se calam são os poucos que te acham feio). 

De maneira similar, considere a opinião impopular de que "a música do Gusttavo Lima é uma merda". Quase ninguém vai ter coragem de manifestar essa opinião. Agora, passemos aos shows do Mr. Lima. As pessoas precisam consumir Itaipava (atenção, esse post NÃO É patrocinado!) para conseguir suportar os barulhos do "cantor"? Se sim, esse é um forte indício de que todo mundo sabe que a música dele é ruim, mas usam substâncias que alteram a percepção sensorial para tornar suportável frequentar o show. Afinal, como bem sabemos, o objetivo final desses shows é encontrar alguém para praticar a cópula, vulgo acasalamento.

Agora, se existe uma opinião que não é impopular, é a de que esse blog é maravilhoso. Se você também acredita nisso, faça um PIX para mim (chave: lima.piraju@hotmail.com). 

Até o ano que vem!

domingo, 13 de agosto de 2023

Dia dos Paus

 Uma postagem sobre pandeiristas.

Hoje é dia dos pais.¹ Eu não tenho pai. Perdi contato com o meu genitor aos 4 anos de idade. Segundo minha mãe, ele estava estressado comigo e foi comprar cigarros logo depois de ter me dado uma surra com uma régua de madeira. Disse que voltaria após desestressar um pouco. Presumivelmente, por meio do consumo de nicotina. E nunca mais voltou. Talvez ainda esteja procurando os cigarros. Ou ainda não tenha desestressado. Ou, talvez, essa tenha sido apenas uma desculpa para não assumir a paternidade. Sábio homem!

Bom, essa é a história que a minha mãe conta. Eu não tenho memória sobre o ocorrido. O mais perto que eu possuo de lembrança é o hematoma deixado pela reguada que levei no braço. Mas esse texto não é sobre meu pai. É sobre os pais, em geral. Ou, mais especificamente, sobre pandeiristas.

Hoje de manhã, resolvi quebrar o protocolo e sair de casa. Alguma bobagem dita pelo meu psiquiatra sobre eu precisar de vitamina D, tomar sol e essas baboseiras. Coloquei um fone de ouvido, caminhei a esmo, até que acabei passando em frente a um conjunto de bares. Antes que o leitor malicioso desconfie: não, eu não entrei em nenhum deles. Aliás, quase todos estavam fechados. Algo sobre as pessoas se sentirem socialmente obrigadas a demonstrar afeto àqueles que lhes possibilitaram o "dom" da vida por meio de consumo, compras, almoço e demonstrações públicas de afeto via stories do Instagram. Uma tentativa de ajudar que seus genitores não se deparem com a pergunta com a qual meu pai jamais terá que se confrontar: "por que mesmo eu não dei no pé?"

No entanto, um dos bares estava aberto. Com música ao vivo. Digo "música", mas obviamente essa é uma catacrese.² Provavelmente, pagode. Aquele som apreciado por pessoas sorridentes que parecem que não entenderam o que realmente está acontecido aqui. E que não há muitos motivos para sorrir. O fato é de que, não bastasse os elementos tocarem pagode, havia entre eles um pandeirista. Isso mesmo, leitor. Um pandeirista!

Pandeirista, para quem não sabe, é o músico (rsrsrs) que toca pandeiro. Também chamado de pandeiro, pandeireta e pandeirola. Ou, meu sinônimo preferido, perdedor.

Domingo. Dia dos pais. Eu caminhando. Passando diante de um bar. Com música ao vivo e de qualidade questionável. E um ser tocando pandeiro. Um ser que acordou em um domingo de manhã, arrumou-se, vestiu-se e saiu de casa achando legítima e digna a incumbência de se sentar em um bar para requebrar uma de suas mãos em um pandeiro. E, mais importante, um ser que, salvo se eu estiver enganado e ele for fruto de reprodução assexuada, possui um pai. Um pai que certa noite—manhã ou tarde, vai saber!—engajou-se no ato coital sem saber que contribuiria com seu material genético para que um ser, já em fase adulta, achasse digno ser pandeirista. 

Como é de conhecimento popular, o pandeirista, além de tocar um pseudoinstrumento totalmente irrelevante para o arranjo da banda, só está no grupo musical por ser amigo dos demais integrantes. Ele é tipo aquele irmão café-com-leite, que joga videogame com o controle desconectado, pois ainda não tem idade—ou quociente intelectivo—para participar em pé de igualdade das atividades sociais dos irmãos mais velhos e seus amigos. A prova disso é que, se o pandeirista por um acaso perder a hora, os demais membros sequer se darão conta de que falta alguém para que possam iniciar o show (de horrores). 

Voltando ao assunto... terminei minha caminhada, segurando-me para não chorar, ao pensar na enorme quantidade de pais espalhada por esse país³ que cuidaram de seus filhos, foram presentes, passaram talquinho nos bumbuns de seus bebês, para que esses não ficassem assados... para, no fim das contas, terem seus filhos, em plena adultícia, sentados em bares quaisquer, tocando pandeiro, achando-se minimamente relevantes para o mundo.

Por isso, dedico essa postagem a todos os pais desse Brasilzão. E, especialmente aos pais dos pandeiristas, eu deixo um forte abraço e um carinhoso e singelo recado: a culpa não é de vocês!

Feliz dia dos pais! =D

Procurei fotos de pandeiristas no Google, mas todas aparentemente possuíam direitos autorais. Como não estou em condições financeiras de responder a mais um processo por esse motivo, peço encarecidamente ao leitor que imagine no lugar da imagem acima um pandeirista de sua preferência.


¹ O "paus", no título da postagem, não foi um erro de digitação. Meu assessor de marketing, Rodolfo Britto, disse que um pseudoerro seria bom para os negócios. Tenho lá as minhas dúvidas. É claro que minha desconfiança sobre essa sugestão não está relacionada a ele ter se formado no Instituto Universal Brasileiro. Enfim, decidi seguir o conselho dele. Afinal de contas, ele é pago para isso. E, infelizmente, ele é o único profissional do marketing que eu consigo pagar hoje com o que sobra após eu pagar meus aviõezinhos.

² Segundo o Dicio, catacrese é "uma figura de linguagem através da qual uma palavra é empregada com sentido alterado, em relação à sua real significação, por falta de uma palavra própria: embarcar num trem; folha de papel; enterrar uma agulha na pele". Aplicado ao presente texto, "música" é uma catacrese, na falta de uma melhor expressão para se referir ao conjunto assíncrono de sons produzido por pagodeiros amadores. O que eles faziam era um amontoado de sons, com a patética pretensão de que socialmente eles fossem lidos como músicos. Doravante, de modo a melhorar e legibilidade do texto, omitirei as aspas sempre que eu me referir ao termo "música" no texto. O leitor deve entender que as aspas estarão subentendidas na presente narrativa.

³ Aqueles que não foram comprar cigarro. Ou aqueles que foram, mas que fizeram a besteira de regressar.

domingo, 30 de janeiro de 2022

COVID-19 em 2022

Uma postagem em que o autor escreveu ébrio (e em 2022).

O mundo começou a acabar em 2019, com a COVID-19. Dezenove. Nineteen. "Dezenove", de 2019, obviamente. Estamos em 2022. Mais de 2 anos depois de o mundo começar a acabar. No Brasil, o mundo começou a acabar em 2020. Por volta de março de 2020. É claro, depois do Carnaval. Pois o mundo jamais começaria a acabar durante (ou antes) do Carnaval em território tupiniquim. Não somos animais!

Estamos em 2022. Quase 2 anos e 2 meses desde o fim do mundo na China. Perto de completarmos 2 anos do fim do mundo no próprio Brasil.

Estou vivo ainda. É isso. Mais um pequeno, independente (e que não faz a gente rir) upload.

A seguir, um vídeo representando o atual momento do planetinha Terra (plana):



quinta-feira, 26 de agosto de 2021

10 Anos do Pra Gente Rir

O blog Pra Gente Rir surgiu em 2011. Prestes a completar 10 anos de puro sucesso, o blog traz alegria e momentos de descontração a milhões de brasileiros. [...]

O excerto acima foi redigido por mim, tendo como propósito gerar a publicação de uma postagem comemorativa que comecei a esboçar em março deste ano. Isso porque, pouco tempo depois, o blog completaria 10 anos.

Completaria. Futuro do pretérito do indicativo. Completou. Pretérito perfeito. Se bem que eu não sei o que há de perfeito em ter completado 10 anos e não ter recebido os parabéns. Nem sequer um bolinho.

E mesmo fazendo uma década, eu jamais voltei ao texto que comecei. Comecei e não terminei. Eu nem tive a decência de escrever até o fim o meu texto. Eu fui fraco. Sabem por que fui tão fraco? Porque me faltou ódio.

É isso, caros expectadores e expectadoras desse glorioso país. O Pra Gente Rir está com 10 anos, na UTI e respirando com a ajuda de aparelhos. Quem quiser me fazer um PIX, será muito bem-vindo. Não salvará o blog. Mas com certeza me ajudará a comprar umas balas.

Uma postagem melancólica para um blog com um fim melancólico. Aguardemos novos updates.

sábado, 26 de dezembro de 2020

Um pequeno update

Ao que me consta, diferente deste blog, os autores estão todos vivos. Quanto ao escritor Boretti, não o vejo tem uns dois anos, mas trocamos cartinhas de amor diariamente. Já quanto ao camarada R, não o vejo há mais tempo até, mas algo me diz que ele está vivo. E eu sigo sendo eu, segundo fontes confiáveis.  Com déficit de vitamina D e a cada dia mais albino, mas é a vida. Aparentemente, todos sobrevivemos ao primeiro ano de pandemia. Se gostaríamos de ter sobrevivido, esse já é um debate completamente diferente. Ao que me consta, também, o mundo pandêmico fez com que todos retornassem à famigerada ilha. Fica aqui esse pequeno update, apenas para registrar os rumos que esses fracassados autores tomaram em suas vidas. Os historiadores que façam bom uso, no futuro, desse diário de bordo.